terça-feira, 23 de agosto de 2011

O CABOCLO ISIDORO E O CENTENÁRIO

A data de 14 de Agosto de 2011 vai ficar marcada entre os crentes presentes no culto da Igreja Assembleia de Deus da Barão do Triunfo como o evento que homenageou um dos maiores vultos do evangelismo brasileiro e paraense: O Pastor Isidoro Filho, mais conhecido por Caboclo Isidoro, considerado o primeiro pastor consagrado pela Assembleia de Deus no Brasil nos idos de 1912, pelo saudoso missionário Gunnar Vingren, na cidade marajoara de Soure.

O mais interessante é que não foi uma coisa programada, mas creio que o Espírito Santo conduziu tudo nesse rumo. O certo é que o momento foi preparado para reunir na congregação naquela noite, descendentes de pioneiros homens de Deus, que marcaram o início da Obra Pentecostal em solo paraense, incluindo os que integram ou integraram a membresia da Igreja no bairro do Marco.

Tanto que lá estavam netos e bisnetos do Pr. João Pereira de Queiroz; filhos, netos e bisnetos do Pr. Luís Higino de Souza; filha do Pr. Manuel Nilo de Souza; nora e neto do Pr. Armando Chaves Cohen; filha e neta do Pr. Alcebíades Pereira Vasconcelos e, em maior número, descendestes do Pr. Isidoro Filho e da irmã Maria de Nazaré Oliveira, digna esposa e companheira de lutas deste formidável homem de Deus, dentre os quais as Professoras Rísia Ferreira de Oliveira Silva, Marinete Rodrigues de Oliveira, Ofyr, Oséas, Rute, Romélia, Oteni, Ramias, Otheniel e Osias. Alguns deles rememoraram eventos relacionados àqueles dias tão distantes em que a Obra Pentecostal espalhava-se pelo interior paraense pela instrumentalidade de homens e mulheres simples, mas cheios de zelo e poder de Deus, como Isidoro Filho, Maria de Nazaré e outros.

Período de muitas dificuldades, eis o que relata o escritor Ruy Raiol em um dos seus escritos: “O fogo se espalhou rapidamente”. Assim Gunnar Vingren escreveu sobre o progresso da obra pentecostal nos primeiros anos da missão. A Ilha de Marajó, onde os missionários estiveram apenas um mês após o desembarque em Belém, transformou-se num dos mais ricos berços do Movimento Pentecostal Brasileiro. Caviana, Anajas, Afuá, Bela Vista do Jupati e Soure são alguns marcos dessa época, irradiando a mensagem do Evangelho para todo o arquipélago marajoara”.

UMA HISTÓRIA DE CORAGEM

Não sabemos muito bem o dia em que Isidoro Saldanha de Oliveira teve o seu encontro pessoal com Jesus e com a fé pentecostal, contudo, pode-se afirmar que foi através da pregação dos missionários suecos Vingren e Berg na primeira visita que fizeram a Soure, ainda em 1910. O certo é que em sua casa, em Soure, Maria de Nazaré e Isidoro hospedavam sempre esses homens de Deus. Consta, inclusive, que, quando da ausência destes, irmão Isidoro tomava conta do trabalho da igreja na localidade.

No início da obra, até por uma questão de necessidade e por verem como Deus agia e usava aqueles que se dedicavam em servi-lo, os missionários suecos valorizaram a mão de obra nativa, incluindo os nacionais no ministério da igreja nascente.

Assim, como sempre agiam, tementes que eram ao Senhor, e com oração, procuravam a direção divina naquilo que faziam, “no início de 1912, após uma oração pedindo ao Senhor que mostrasse quem deveria dar prosseguimento ao trabalho naquela ilha, irmão Vingren convidou o Caboclo Isidoro para assumir a responsabilidade da nova congregação no Marajó. Este relutou em aceitar o encargo, porque achava que pouco conhecia da Palavra, mas ante os argumentos de Vingren, que insistia e o encorajava dizendo: “Jesus te ensina, irmão”, aquiesceu e de fato, assim aconteceu, pois Jesus o dotou de muita sabedoria e conhecimento bíblico. Nessa mesma ocasião, Isidoro Filho foi ordenado ao santo ministério, para pastorear a igreja em Soure, tornando-se o primeiro pastor brasileiro da Assembleia de Deus no Brasil.

Irmã Maria de Nazaré, em entrevista cuja cópia encontra-se no Museu da Igreja em Belém, relata que presenciou muitas maravilhas que Jesus operou por meio de Vingren e Berg nessa região marajoara, como segue:

Um dia quando estavam em oração, uma criança veio a falecer. Gunnar Vingren, orando, pegou em uma das mãos da criança e chamou-a pelo nome: Judith! E ela voltou a si, sorrindo como se tivesse acabado de acordar. Foi a primeira de muitas maravilhas que viu.

Das perseguições, com a ajuda de Deus, saíam sempre vitoriosos. Certa vez, em dia de batismo, apareceu um grupo de homens para perseguirem os crentes, sendo o alvo principal, os missionários. Entretanto, um dos homens que fazia parte do grupo perseguidor, gritou: “Afastem-se todos! Deixem esses homens fazerem o que eles quiserem, nós estamos perseguindo uma coisa que nós nem sabemos o que é! Saiam, saiam, saiam...”. Então, Gunnar Vingren disse: Glória a Jesus, vamos entrar na água! E passou a batizar os novos convertidos, entre os quais, meu pai, minha mãe, meus parentes, era muita gente.

Como sempre fazia, Daniel Berg vendia livros, testificava e realizava cultos. Em Soure foram muitas as pessoas que aceitaram a Cristo. Mas também se manifestou a reação dos inimigos de Deus. Os crentes e os pregadores foram apedrejados e ameaçados, porém, nada lhes aconteceu. Um dos perseguidores, destacando-se dentre os demais, gritou para todos ouvirem: “Oxalá uma onça devore esses pregadores de novidades!”.

Pois bem, o que aconteceu foi o seguinte: Alguns dias depois, uma onça penetrou no quintal da casa do homem que proferiu essa terrível sentença, e devorou-o. Esse fato encheu de temor toda a população, que passou a considerá-lo um castigo divino.

Pastor Isidoro e irmã Maria de Nazaré tiveram 18 filhos, dos quais, 15 sobreviveram, sendo 10 homens e 5 mulheres.

Este pioneiro das lides pentecostais foi ao encontro de Jesus no dia 29 de novembro de 1947, deixando um exemplo de desprendimento e amor pelos perdidos digno de ser imitado hoje pela nova geração de obreiros.

Parabéns ao Pastor Nelson de Oliveira Cardoso por tão feliz iniciativa.




Maria Lúcia Fonseca

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

PAIS QUE SE IMPORTAM COM OS FILHOS


















“Disse Israel a José: Já posso morrer, pois já vi o teu rosto e ainda vives”, Gn. 46.30.


Neste Dia dos Pais sempre é bom lembrar este tocante episódio envolvendo a história de José e seu pai Jacó ou Israel.
Quando lemos os fatos que envolvem toda a odisséia vivida por José, toca-nos profundamente o amor deste pai. Ao receber a notícia da possível morte do filho, Jacó recusou qualquer consolação, a despeito do empenho da família. Nenhum conforto era suficiente diante de seu amor pelo “filho de sua velhice” (Gn. 37.3). Correram os anos, mas para este pai não parecia plausível a possibilidade de seu querido filho ter sido vítima de algum animal feroz (Gn. 37.31-35). São sempre assim os pais. Sempre alimentam esperanças de que nada de ruim vai acontecer com seus pimpolhos, que sempre vão se safar das armadilhas que a vida lhes arma.
Corta-nos o coração tamanho sofrimento. Contudo, admirável e tocante foi a reação deste velho patriarca, ao ouvir, anos depois, a notícia tão alvissareira de que seu querido e pranteado José não apenas sobrevivera às vicissitudes da vida, como também se tornara alguém muito importante. O tempo podia ter passado inexoravelmente, mas o seu amor de pai era o mesmo! E isto fica bem evidente pela maneira como se expressa este pai: Basta, José ainda vive! (Gn.45.28).
Quando pai e filho se reencontraram emocionados, o filho chorou por longo tempo abraçado ao pai, um pranto doído, represado por muitos anos de sofrimento, enquanto o pai renovado pela emoção do momento, numa declaração digna de um pai que deve ser respeitado e honrado, que se importa mais com o filho do que consigo mesmo, exclama: “Já posso morrer!”. Sim, à maneira do velho Simeão, Israel podia considerar-se feliz por contemplar sua esperança satisfeita; seu filho estava bem, com vida e realizado como pessoa. Sendo assim, para ele, era o suficiente.
Graças a Deus, este não é um caso isolado. Muitos pais vivem e se sacrificam pelos filhos. Abrem mão da própria vida pelo sucesso deles. Estão bem, se seus filhos estiverem bem. Pena que muitos filhos não valorizam o pai que tem. Quando descobrem, geralmente já é muito tarde para agradecer-lhes e honrá-los devidamente.
Filho, neste dia especial, se você teve um pai assim, que pensava mais em você do que nele mesmo, levante as mãos em gratidão a Deus, por ter-lhe presenteado com um pai tão presente e responsável. Caso o seu genitor ainda esteja com você, siga o exemplo de José, ame e respeite seu papai até o fim de seus dias na terra. É o mínimo que você pode fazer.


Maria Lúcia Fonseca

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

ESCALA DE COORDENAÇÕES PARA REUNIÕES DE 2ª FEIRA - 2º SEMESTRE 2011

AGOSTO
08 – COORDENAÇÃO – SÃO CLEMENTE
15 – COORDENAÇÃO – TERRA FIRME I
22 – COORDENAÇÃO – BARREIRO
29 – COORDENAÇÃO – CURIÓ-UTINGA

SETEMBRO
05 – COORDENAÇÃO – TELEGRAFO
12 – COORDENAÇÃO – GUAMÁ I
19 – COORDENAÇÃO – TERRA FIRME II
26 – COORDENAÇÃO – UMARIZAL

OUTUBRO
03 – COORDENAÇÃO – TAPANÃ
10 – COORDENAÇÃO – SOUZA
17 – COORDENAÇÃO – BENGUI II
24 – COORDENAÇÃO – SACRAMENTA
31 – COORDENAÇÃO – MARACANGALHA

NOVEMBRO
07 – COORDENAÇÃO – FÁTIMA
14 – COORDENAÇÃO – PEDREIRA
21 – COORDENAÇÃO – CONDOR
28 – COORDENAÇÃO – PARQUE VERDE

DEZEMBRO
05 – COORDENAÇÃO – MARAMBAIA II
12 – COORDENAÇÃO – CASTANHEIRA
19 – COORDENAÇÃO – BENGUI I
26 – COORDENAÇÃO – JURUNAS

JANEIRO / 2012
02 – COORDENAÇÃO – GUAMÁ II
09 – COORDENAÇÃO – MARCO II
16 – COORDENAÇÃO – SÃO BRAZ
23 – COORDENAÇÃO – MARCO I
30 – COORDENAÇÃO – OUTEIRO I E II

FEVEREIRO / 2012
07 – COORDENAÇÃO – SIDERAL
14 – COORDENAÇÃO – TENONÉ
21 – COORDENAÇÃO – SÃO CLEMENTE
28 – COORDENAÇÃO – CREMAÇÃO

AVÓS QUE FAZEM A DIFERENÇA

Os avós, como não poderia deixar de ser, também têm o seu dia a comemorar: 26 de Julho de cada ano. Figuras veneráveis, muitas das vezes, dotadas de sabedoria, experiência e uma boa dose de paciência, essas doces criaturas, sempre marcaram a vida de cada um de nós, infundindo-nos respeito e admiração.

Contudo, não passaram incólumes pelas transformações do mundo moderno. Mesmo sendo hoje considerados “segunda mãe” ou “segundo pai”, avó e avô alcançaram novo status no ambiente familiar, pois perdendo grande parte da relevância que desfrutavam entre os descendentes, passaram a contribuir para “engordar” o orçamento doméstico, com os, na maioria das vezes, magros proventos recebidos como aposentadorias e pensões da previdência social, após anos e anos de labor e canseira.
Muitos, mesmo com renda tão minúscula, transformaram-se no suporte financeiro da família, ajudando a criar e a educar crianças que na maioria das vezes são postas no mundo de forma irresponsável, ou frutos da desagregação familiar, tão comuns hoje em dia. São, assim, na grande maioria, alvo de um carinho interesseiro, quando não da desafeição dos netos. Manipulados por eles, muitos avós mimam as crianças em vez de com elas compartilhar experiências de vida em um convívio enriquecedor e responsável.
A Bíblia mostra uma avó cuja influência norteou a vida de um notável homem de Deus. TIMÓTEO teve a vida cristã moldada tanto pela mãe Eunice como pela avó LÓIDE desde a mais tenra infância, de tal modo que, quando jovem, em Derbe, onde Paulo o encontrou durante sua segunda viagem missionária, dele “davam bom testemunho os irmãos em Listra e Icônio”. Foi tão agradável e profunda a impressão que causou a ponto de Paulo logo tomá-lo como companheiro de ministério (At. 16.1-3). Mais tarde o apóstolo dos gentios demonstrou toda a alegria que sentia pela escolha que fez, pois em carta pessoal dá seu próprio testemunho acerca deste companheiro de jornada e filho na fé ao afirmar que ‘dava graças a Deus por se lembrar sempre de Timóteo em suas orações, a quem atribui uma fé sem fingimento’ porque herdada dessas duas mulheres cristãs cujos ensinamentos e exemplos foram as bases fundamentais de sua carreira cristã (II Tm. 1. 3-5).
Que os avôs e as avós cristãs, em vez de substituírem os pais na liderança do lar, ocupem seu verdadeiro espaço entre os seus. Como Lóide, que marcou a vida do neto Timóteo, façam a diferença sendo, para a família, verdadeiros ‘mestres do bem’, temperantes, respeitáveis, sensatos, sadios na fé, no amor e na perseverança (Tt. 2.2,3). Exemplos a serem seguidos, portanto.



Maria Lúcia Fonseca

PALAVRAS VIVAS

Geralmente só tomamos conhecimento da contribuição evangelística de homens e mulheres de Deus que, enviados por Ele, aportaram no Brasil a partir de 1910, para difundir a doutrina do batismo com o Espírito Santo.
Entretanto, esses denodados obreiros do Senhor notabilizaram-se também pela grande contribuição que deram em outras áreas de conhecimento, nas letras e nas artes, na assistência social a crianças, idosos e necessitados, esquecidos pelo poder público, cientes que eram, do mandamento do Senhor Jesus, em Mt 6.37: ”Daí-lhes vós mesmos de comer”.
Nas letras e nas artes, principalmente na música, são muitos os que nos legaram belíssimas e inspiradoras páginas musicais, que enlevam nossa alma quando, as ouvindo, somos transportados aos páramos celestes.
Irmã Frida, esposa do missionário Günnar Vingren, que era dotada de uma versatilidade incomum, mesmo enfrentando dificuldades, deixou-nos um rico acervo, que mostra o quanto esta serva de Deus transitou com desenvoltura por essas áreas, pregando, ensinando, compondo, escrevendo.
O texto abaixo, extraído do jornal “Boa Semente” (1919), é um vislumbre do seu pendor literário:

BELAS PALAVRAS

“Não se turbe o vosso coração, credes em Deus e crede também em mim.” Jo 14.1

“A palavra de Jesus Cristo tem poder. Quando, Jesus diz: ”não se turbe” - e uma alma contrista e cansada acha descanso. ”Não se turbe” - e as tristezas se transformam em alegrias. ”Não se turbe”- e as ondas cessaram, e fez-se bonança... ”Não se turbe”- e as dúvidas fogem. ”Não se turbe” - e o meu coração se enche de alegria e júbilo. ”Não se turbe”- e eu recebo forças para fazer a vontade do meu Salvador; forças para entrar no caminho doloroso, que conduz para a glória... Forças para carregar a minha cruz; forças para ser fiel em tudo... forças para viver... forças contra o mal...

“Crede em mim. Crede, e achareis descanso. Crede em mim, que morri na cruz por ti... Por ventura, podereis desfazer a minha obra? O concerto está selado com o meu sangue que foi derramado na cruz do Calvário. Crede em mim: Entrega-me a tua vida, dá-me a tua mão, e deixa a tua carga a mim. Eu carrego tudo por ti, e quando te cansares de caminhar, eu também levo-te a ti.
Não se turbe - porque eu venho breve. Então tudo se transformará. Em bem pouco tempo, aquele que há de vir virá, e não tardará. Por isso, “não se turbe o vosso coração.” Eis as belas palavras com que nos fala o nosso Divino Salvador”.

“Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras” - ITs. 4.18